domingo, 14 de setembro de 2008

Livre.

Como seria a vida sem as referências?
A tendência geral de analisar as pessoas sempre a partir de comparações que o senso comum nos dita como regras pode também nos deixar míopes e, pior, tirar da gente a liberdade de obter a sensação integral de um julgamento genuíno.
Concordo que seria muita arrogância e perda de tempo querer analisar cada coisa de maneira autêntica, recusando tais referências. Porém, ficar reprimindo nossas impressões e opiniões originais tira um pouco da graça de ser indivíduo.
Hoje eu fui ao The Mayor’s Thames Festival, um super evento que celebra o Rio Tâmisa através de apresentações ao ar livre e de uma grande feira livre. Tudo pra um monte de gente livre.
Eu me senti assim lá no meio da multidão. Para começar, Camila e eu paramos num palco bem na entrada do Jubilee Gardens, um espaço gramado à beira do Tâmisa e bem debaixo da London Eye, a super roda-gigante. Lá tinha uma banda que tocava um som bem engraçado, animado. Além das figuraças que eram os músicos, os espectadores davam um show de dança. No ritmo, mas sem a menor noção estética, eles requebravam o esqueleto, sem vergonha. A primeira coisa que me veio na cabeça foi admiração pela liberdade daqueles que estavam chamando mais atenção que o show da banda. Mas logo me veio a idéia de que aquilo era ridículo. Como aquelas pessoas poderiam ter coragem de se expor ao ridículo de mostrar que não sabem dançar? Mas, pera aí?! Que padrão que eu estava usando?
Foi então que eu parei para reparar e me fiz a pergunta que iniciou o texto.
As minhas referências disseram que aquilo era fora do aceitável, entrando em confronto intenso e direto com a minha sensação original. Eu tinha achado super bacana de primeira mas, porque eu tinha uma opinião concebida sem muita análise, eu parei de achar bacana.
Tinha uma menina fazendo uma dança muito esquisita. Ela não estava no ritmo, estava com um jeitão de doida e ainda era meio desengonçada. Mas a alegria que ela estava exalando e a sensação de bem-estar que ela estava emanando eram mais evidentes. Ela estava livre.
Na realidade, todos ao redor dela estavam na mesma vibração. Gente de todas as idades, os pares mais improváveis. Um velhinho meio manco, um casal de idosos na maior sintonia. Todos entregues à maneira mais simples de se ser livre e feliz.
Com meu celular a postos, filmei boa parte desse episódio.
Depois de dar muita risada, fomos até um outro palco e nos deparamos com uma coisa muito legal. Era uma apresentação de le parcour. Se trata de um esporte que consiste em fazer percursos urbanos de maneira bem arriscada e utilizando manobras que dão pontos aos competidores pelo nível de dificuldade. Subindo muros e descendo deles, pulando de telhado em telhado e dando cambalhotas e mortais, os caras deram um show. E tudo sem proteção.
Saímos de lá e fomos beirando o rio, onde estavam dispostas várias barraquinhas de artesanato e afins. Objetos de decoração, bijouterias, roupas, acessórios, quadros, caricaturas, postais, música o vivo, livros, comidinhas, etc. Fomos andando e batendo papo, vendo a noite cair, assim como a temperatura, apreciando o movimento intenso de gente de todo o mundo. Quando nos demos conta estávamos bem longe de onte partimos. Mas valeu. A volta é sempre mais rápida que a ida.
Ainda encontramos com um desfile de fantasias e, na hora em que estávamos chegando, com um grupo de Hare Krishnas. Animadíssimos, eles colocaram todos para dançar e cantar aquele hino que todos conhecem. Muita energia positiva.
Quando já estava super contente, me ligam meus irmãos e meu paizão. Eita saudadona boa!
Conversei com os três, contei as novidades e ainda tive notícias do futebol em tempo real. Dá-lhe Tricolor.
Energias boas carregadas, voltamos para casa.
Sempre me senti um cara feliz. Continuo assim. O que está acontecendo agora é que eu tenho vivenciado e percebido que as coisas mais simples da vida são suficientes para manter a felicidade. E, melhor que isso, elas são de graça e não dependem de nada além da nossa busca por elas e pela intenção de espalhá-las ao nosso redor.
Ser feliz, ser livre, amar, perdoar, ajudar, aceitar ajuda. Perguntar e responder. Dar afeto e buscar nele um alento que só se tem ali.
O caminho do bem é longo e largo. Tem buracos e curvas. Rotatórias e desvios.
Mas nele tem espaço para qualquer um que queira ser livre e feliz.

Amo vocês.
Saudadona.

9 comentários:

Unknown disse...

eta fe voce nao existe acho que voce tem tido grandes oportunidades para aprofundar seu arduo caminho de crescimento e tirado das suas vivencias simples frutos para acriacao dos seus textos bem legais por sinal amei o texto de hoje depois escrevo mais beijos mamae

L.V.P. disse...

Deixa eu ver se entendi:

Os caras do le parcour tavam pulando sem camisinha?

Que perigo, cara!!!

mariluci disse...

Querido Felipe,

Que bom deve ser participar destes eventos populares,culturais. Também acho que a felicidade está em simples caminhadas, em conhecer pessoas, ouvir sons diferentes, dançar...
Meditar é preciso, agradecer também!
Beijo

Unknown disse...

fe por causa da mudança brusca da temperatura tive uma forte amigdalite o marcos falou que seu pai tambem, entao filho comece a ser mais cauteloso com sua garganta antes que o frio entre para valer inicie as tomadas de muita vitaminac o tio carlinhos falou para vc tomar muita limonada e comprar aspirina efervecente com vit c me mande um email ealando da sua saude beijos com muita saudades te amo muito mamae

Unknown disse...

ah fe me esqueci de te pedir mande foto atualizada para que possamos apreciar seu new look

Unknown disse...

E aí, filhote, tudo certo? Deu pra perceber pela tua a voz atua empolgação com a situação aí. Bem legal mesmo, filho! Aproveite bastante e cuide-se. Estamos aqui nos preparativos. Te amo, filho.
Bjo, fique com Deus.

Felipe Valente disse...

Oi mamae!
Que bom que voce tem se esforcado para falar comigo por aqui!
Eu estou muito bem e tenho me cuidado. Ate agora a garganta esta indo bem. Seguirei as recomendacoes do Dr.
Amo voce!

Obrigado pelo comentario, madrinha!
Te amo.

Luquinha..... queeeeeeeeeeeee?

Felipe Valente disse...

Oi mamae!
Que bom que voce tem se esforcado para falar comigo por aqui!
Eu estou muito bem e tenho me cuidado. Ate agora a garganta esta indo bem. Seguirei as recomendacoes do Dr.
Amo voce!

Obrigado pelo comentario, madrinha!
Te amo.

Luquinha..... queeeeeeeeeeeee?

Unknown disse...

Oi Fe, hoje foi fogo, passamos uma noite e um dia muito tristes, juntos com a dor do Fred. Graças a Deus, o Lucas ama de paixão este irmão.
Segurou a maior barra. Foi muito duro, cheguei agora do consultório e tive muita vontade de falar com você.
Continue se cuidando
Te amo muito
Deus te abençoe