terça-feira, 21 de outubro de 2008

Bem vindo, Vinícius.

Sábado passado o mundo ficou mais feliz.
Um filho lindo de pais maravilhosos veio à luz.
Parabéns, Ju e Wella. Que Deus coloque Sua mão e Sua luz no caminho dessa pessoinha e de vocês.
Que ele cresça num ambiente de amor e paz. Que as minhas melhores vibrações alcancem os corações de todos que estão compartilhando dessa alegria que é irmã da esperança que vem junto de uma nova vida.

Bem vindo, Vinícius.

Coisas que esqueci das semanas que não estavam aqui.

Ainda bem que nesses dias em que não escrevi aqui eu anotei no meu caderno os assuntos que deveria comentar.
Fui conferir agora e vi que esqueci de contar que vi o Josh Hartnet (se você não sabe quem é, procure AQUI) na saída dos fundos do teatro onde ele está encenando Rain Man em Piccadilly.
Esqueci de contar também que resolvi diminuir meia-hora por dia no meu trabalho para poder chegar pontualmente nas aulas do Advanced. O orçamento vai ficar (mais) apertado, mas com certeza fará diferença. Aliás, já está fazendo. Esses dois dias foram muito melhores!
O meu Oyster Card (passe de transporte estudantil) venceu há uma semana. Eu tinha mandado fazer a renovação mas, não chegou em tempo de me livrar de pagar a tarifa cheia. Uma facada! E aperta mais o orçamente. No entanto, já chegou a renovação e esta semana voltei a pagar a tarifa mais baixa.
Creio que é isso!
Amo vocês.
Beijos.

As semanas que não estavam aqui.

Antes de tudo, apenas para saciar a curiosidade daqueles que se perguntaram durantes as últimas duas semanas e meia que se passaram sem que eu viesse com nenhum texto por aqui questões como "Por onde anda o Felipe?", "Será que ele desistiu?", gostaria de dizer que eu não escrevi aqui por que não tive a oportunidade nem o ambiente propícios para tal. Muita correria no trabalho, poucas horas vagas diante de um computador, cansaço físico e mental e falta, quase total ausência de inspiração.
Isso não quer dizer que eu não tenho novidades nem que perdi o interesse em contar aqui o que se passa.
Dúvidas esclarecidas, críticas a parte, aqui vai o resuminho.
Duas semanas atrás foi aniversário do meu Paizão, meu irmão mais velho estava em Santiago a trabalho e meu mais novo estava no internacionalmente conhecido Sul de Minas. Nos comunicamos com muita freqüência e isso ajudou a dar uma animada nos dias que estavam chatos. As aulas estavam começando a ficar chatas e o trabalho muito repetitivo. Até que na sexta-feira, dia 10, tive duas novidades animadoras. A primeira era que o meu salário tinha sido aumentado em 30p por hora, a outra que eu teria um teste para tentar mudar de nível. O salário já viria um pouco mais alto naquele mesmo dia, não fossem os descontos referentes ao dia que faltei para ir àquela entrevista na Boots (opção), que não deu em nada, e uma hora de atraso de um dia em que esqueci de ajustar o despertador. Porém, essa sexta já sentirei a diferença.
Depois de um dia de boas novas, recebi uma visita especial. O Gustavo veio aqui em casa e nós fomos a um PUB bem bacana aqui do lado. Batemos muito papo, conhecemos uma australiana meio louca e sentamos em uma mesa compartilhada, coisa bem comum aqui. De repente, percebemos que a menina ao nosso lado era brasileira. O namorado dela é inglês, mas fala português fluentemente. Depois de muita conversa, o PUB fechou e decidimos ir para a casa deles que, segundo eles próprios, ficava a apenas 10 minutos de caminhada de lá. Andamos duas quadras e eles resolveram pedir um táxi. Perguntamos o porque e eles disseram que era só pelo cansaço mesmo. Entramos no táxi e andamos 10 minutos. Na terceira curva já tinha me perdido. Mas valeu a pena. A casa era bem aconchegante, a turma bacana e o papo de alto nível. Saímos de lá perto das 4h, de carona no táxi da irmã do garoto. O problema era que nem Gustavo, nem eu tínhamos um puto furado no bolso. Quando vi que a casa dela era do lado da minha, informamos a situação financeira e descemos ali mesmo. O Gustavo dormiu aqui e foi embora no sábado a tarde. Sábado dormi bastante, estudei, arrumei minhas coisas e descansei. No domingo o Gustavo veio para cá de novo e nós ficamos batendo papo. À noite descobrimos que o PUB aqui debaixo de casa iria transmitir o jogo do Brasil e tocamos para lá com o pessoal de casa. Nada de cerveja, vitória do Brasil e a agonia de esperar pela segundona.
Segunda e terça-feiras extremamente corridas no trabalho. Mas, valeu! Quarta-feira recebi o teste com 100% de acerto, incluindo a redação, e a notícia de que nesta segunda estaria no Advanced. Ufa.
Quinta-feira bem tranquila. Na sexta-feira, porém, tive que chegar um pouco mais cedo no trabalho para ajudar em um pedido bem diferente de uma empresa. Eles encomendaram 127 saladas e 90 sopas para o horário do almoço. Boa oportunidade de mostrar serviço. Correu tudo bem mas, cansei demais. Além de preparar as saladas e as sopas, ajudei a fazer a entrega. Um dia lindo, muito frio, e eu correndo pelas ruas cheias de executivos com um monte sacolas em uma mão, um carrinho com cestas na outra, muita concentração e tudo com o chefão do lado. Valeu. Não erramos em nada, consegui trocar umas idéias com o chefe e ainda voltei para fazer saladas da maneira normal. Mais um dia igual de volta. Nem fui para a aula depois disso, já que o professor ia dar um teste para o pessoal novo do meu - agora - antigo nível.
Aproveitei para descansar.
O sábado foi muito bom! Primeiro, porque eu fui até a casa da Joanna, uma amiga minha de BH que mora aqui e trabalha de babá em uma casa de família. Ela estava comemorando o aniversário dela da maneira mais mineira possível: feijoada, pão-de-quieijo, caipirinha... me esbaldei! Acho que estou tão acostumado com o ritmo de saladas que fiquei pesado até ontem.
Quando estava no metro vindo para casa, meu celular tocou. Era o Gustavo, me convidado para encontrá-lo em Camden Town, pois o Gauch, nosso amigão da época de faculdade, estava lá com ele. O Gauch trabalha na Unilever está viajando pelo mundo por um projeto do qual ele faz parte. Passou por aqui duas vezes nas últimas 3 semanas. Não poderia perder a oportunidade. E não perdi. Nos encontramos na ponte sobre o canal de Camdem e fomos escolher um PUB. Estava com eles também a Carol, amiga e colega de trabalho do Gauch. Andamos um pouco e avistei um lugar que parecia ser bem bacana. Entramos e a decoração era meio intimidadora, com sofás de couro, meia-luz e tal. Mas foi só subirmos as escadas e encontramos uma varandinha bem gostosa, alguns bancos de frente ao balcão e, pronto. Haja conversa.
Ficamos lá até umas 3h, dançamos muito e colocamos todo o papo em dia. Que momento!
Para fechar com chave de ouro, o metrô estava fechado e não tínhamos a menor idéia de como ir para nossas casas. Solução: cartão corporativo e táxi! Primeira vez que andei num táxi aqui. Daqueles bem tradicionais, com muito estilo.
Domingo acordei tarde, lavei roupas, acompanhei meu tricolor dar um sufoco na porcada, o gaymio começar a entregar o campeonato e depois dormi.
Ontem mais uma semana começou. E já é quase quarta-feira...
Sinto muitas saudades de vocês.
Já incorporei muito do estilo de vida daqui. A língüa já não é mais nenhuma barreira, as surpresas quase já não existem. Mas eu tenho certeza que a escolha foi a certa!
Espero que não fique tanto tempo mais sem dar um alô.
Desculpem a ausência.
Amo vocês.
Saudadonas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Coming up:

Desculpem-me, estou em falta!
Em breve as novidades e "Retrovisor".
Amo vocês.
Saudadona.

domingo, 5 de outubro de 2008

Parabéns, Paizão!

Parabéns, Paizão!
Te amo muito!
Que Deus ilumine seu caminho e te dê todas as bênçãos que você merece!
Meu abraço vai em forma de palavras e vibrações!

Beijos.

Pequenas misérias da vida.

A vida aqui está boa. Uma beleza.
Uma coisa que eu não posso deixar passar é que eu estou vivendo muito mais situações do que eu havia imaginado antes de vir. Antes de viajar eu esperava muitas coisas: ver pessoas diferentes, falar um idioma diferente, trabalhar, e nada mais vinha na minha cabeça.
É muito difícil lembrar coisas fáceis quando precisamos fazê-lo. Quando alguém chega e nos pergunta quais as nossas comidas preferidas, as cidades que já visitamos, a última vez que fomos a uma quermesse e outras coisas do gênero, falhamos em dar certeza. Também nas ocasiões quando queremos escutar uma música boa, ler um bom livro, ver um filme, não conseguimos escolher um sequer. Não conseguimos achar em nossa cabeça um exemplo de algo que gostamos demais. Talvez mais tarde, quando não fosse mais necessário, aparecem mil opções para cada uma dessas coisas. Mais tarde, nunca tarde demais.
Estou passando por coisas típicas de dia-a-dia aqui. Agora já me posicionei na Rosa-dos-Ventos, conheço as ruas, percebo quando vai chover, sei onde pegar os ônibus. Já reconheço as pessoas que estão no ponto, no mercado, na lan house, no metrô. Mas essas são coisas que eu já imaginava que fossem acontecer. Assim como ver belos parques e edifícios, monumentos e templos, eu imaginava ver cores e sentir cheiros diferentes. E isso acontece mesmo.
O que acontece é que coisas dão errado aqui também.
Apesar de me sentir em casa, aqui está longe de ser um lar. A gente fica doente igual, fica mal humorado, irritadiço e decepcionado.
A semana que passou foi um exemplo bom. Além de o trabalho ter sido bem chato por causa da constante companhia da gripe, todos os dias um ou dois membros da equipe faltaram, o que causou um grande aumento na demanda de serviço e paciência.
Além disso, Junior e eu tivemos uma discussão besta por causa de política e ele, por orgulho, ainda não está falando comigo. Eu gosto muito dele, entendo sua posição e espero que logo isso passe. Ele ainda tem muita coisa pra aprender e está aprendendo muito. Aliás, quem não precisa aprender?
Quando tudo já estava meio chato, a grana ficou curta. Um bom motivo para eu trabalhar mais no PUB e ficar mais sossegado em casa no final de semana.
Sexta-feira saí do restaurante, passei na escola, vim para casa e descansei um pouco. Comi a segunda parte da minha salada, tomei um banho, me cobri de todas as maneiras possíveis e fui para o PUB. Chegando lá, percebi que tinha um cara que não estava lá no dia em que trabalhei pela primeira vez. Fiquei na minha e fui até o escritório do manager para levar meu passaporte e um questionário que ele havia ma dado na semana passada, onde coloquei dados pessoais e a conta onde minha grana deveria ser depositada toda a semana. Ele me tratou super bem, foi comigo passar meu cartão e me designou para algumas tarefas. Fui trabalhando, até o momento em que o Felipe me contou que aquele cara estranho era o mesmo que havia desistido de trabalhar lá e a quem eu estava substituindo. O cara tinha simplesmente sumido na semana anterior, tinha falado para o Felipe que tinha arranjado coisa melhor e deixou todos na mão. Por isso eu fui chamado.
O clima estava normal, a balada começando a pegar fogo, quando Felipe me chama e diz que a manager falou com ele e pediu que eu fosse até o escritório. No caminho encontrei com ela. Ela me disse que o cara tinha ido no PUB durante a semana, pedido desculpas e tal e reclamado a vaga dele de volta. Ninguém me ligou, nem tampouco avisou ao Felipe ou ao Junior. Fui obrigado a pegar minha trouxinha, dizer tchau e vir para casa. Pelo menos o metrô ainda estava aberto e cheguei em casa antes da meia-noite. Estava tão cansado que nem fiquei tão triste.
A vida nos apresenta pequenas misérias. Elas vêm como uma maré de azar. Tudo parece dar errado. Acontece que aqui eu sou minha própria muleta. E o mais marcante é que o ambiente, - paisagem e clima - combina com as pequenas misérias. Os prédios velhos, idiomas hostis, o céu cinzento e um frio danado. Se o cara não tomar cuidado, ele cai.
Mas eu estou forte. Não sinto medo de nada disso. Só consigo enxergar adiante. Espero mesmo pela bonanza. Sei que tem coisa boa reservada para mim.
Tenho me mantido sereno e confiante. Deus me ajuda muito.
Nesses testes é que percebemos o quanto o nosso limite de resistência é muito maior que o que costumamos pensar que é. Talvez por dois motivos: ou estamos abalados por coisas pequenas ou nos sentimos pequenos perto das coisas que tentam nos abalar. A atitude certa é nos apoiarmos na nossa fé e crescer através dela.
Essas pequenas misérias estão no nosso cotidiano e se apresentam de muitas maneiras. Pode ser através de uma dor nas costas, de uma briga, de uma decepção pessoal ou profissional. Podem vir na forma da saudade, da solidão ou do medo.
Mas a saudade é adubo pro amor. Nossas lágrimas na solidão estão regando nossa vida de emoção e o medo, quando superado, se transforma na coragem para vencer cada pequena miséria que desafia a beleza de viver.
Saudadonas.
Amo vocês.